A Solitude do CEO: O Peso Invisível da Liderança
- Juliana Starosky
- 21 de fev.
- 3 min de leitura
Caros leitores,
Hoje quero falar sobre um tema que, na Starosky Consultoria, temos observado com frequência ao assessorarmos CEOs na construção de sua marca profissional: a solidão no topo.
Ser CEO é o ápice da trajetória de um profissional, mas também pode ser uma jornada solitária e emocionalmente desgastante. Diferente do que muitos imaginam, não se trata apenas de glamour, poder e influência. Há uma série de pressões invisíveis que acompanham esse cargo e que poucos falam sobre.

📌 "Solidão não significa estar sozinho, mas sim não ter a possibilidade de expressar as coisas que são importantes para você." Carl Jung
Essa frase resume bem o que muitos CEOs enfrentam. Eles não estão cercados pelo vazio, mas pela dificuldade de compartilhar suas inseguranças com alguém que realmente entenda suas dores sem julgar.
O CEO e o peso da decisão
Muitas vezes, os CEOs não têm com quem dividir suas dúvidas e inseguranças. Eles não podem se abrir com a diretoria nem com quem está abaixo, porque são vistos como referência de firmeza e resiliência. Além disso, nem sempre a decisão está em suas mãos, o conselho, os investidores e até o mercado podem ditar rumos que o CEO apenas transmite. Mas quem carrega o peso da escolha, das consequências e da reputação é ele.
Essa pressão pode cobrar um preço alto. Dados da Harvard Business Review mostram que 50% dos CEOs relatam sentir-se solitários no cargo, e 61% dizem que essa solidão impacta negativamente seu desempenho. O estudo “The CEO Snapshot Survey” da RHR International revela que 69% dos CEOs de empresas Fortune 500 sofrem com exaustão emocional, e muitos lidam com sintomas de ansiedade e depressão em silêncio.
Não é raro vermos exemplos de grandes líderes que adoeceram ao longo da carreira, vamos à alguns exemplos reais:
Steve Jobs, apesar de seu brilhantismo, era conhecido por períodos intensos de estresse extremo.
Bob Iger, CEO da Disney por muitos anos, escreveu em sua autobiografia que, apesar de estar à frente de uma das empresas mais admiradas do mundo, sentia um peso emocional gigantesco ao tomar decisões que afetavam milhares de funcionários e acionistas.
Antonio Horta-Osório, ex-CEO do Lloyds Banking Group, teve que tirar uma licença médica por estresse extremo e insônia após anos sob pressão no cargo. Ele relatou que dormia apenas duas horas por noite e, mesmo no hospital, sua mente não desligava das responsabilidades da empresa.
O medo da perda do emprego no topo da pirâmide
Outro ponto que poucos falam: o medo do futuro.
CEOs sabem que não são CEO, eles estão CEO.
E isso significa que, ao serem desligados, encontrar uma nova posição do mesmo nível pode ser muito mais desafiador. Afinal, já atingiram o topo da pirâmide.
Isso gera angústia:
“Se eu perder esse cargo, o que vem depois?”
“Como posso continuar sendo relevante?”
"Será que meus amigos irão me ajudar em minha recomendação para o mercado?"
"Serei visto e lembrado se eu não tiver mais um crachá de CEO?"
Muitos não têm um plano B e só começam a pensar nisso quando o cargo já está em risco.
Por isso, um dos aspectos mais estratégicos para um CEO é a construção da marca pessoal. Ter um posicionamento forte no mercado, ser reconhecido pelo que representa além do cargo que ocupa, é um diferencial que pode abrir portas dentro e fora da empresa. E isso, leva-se um tempo.
Na Starosky Consultoria, assessoramos CEOs justamente nesse processo. Ao longo dos atendimentos, identificamos que muitos chegam com essas dúvidas, mas não sabem como abordá-las. Eles precisam de um espaço seguro para falar sobre suas inseguranças e para construir um caminho sólido que os prepare para o futuro.
A solidão do CEO não é um tema glamouroso, mas é real. Quem está nesse papel precisa de suporte, de estratégias e de um olhar atento para sua própria trajetória. Cuidar da marca pessoal é uma forma de se proteger porque, no fim do dia, o título pode mudar, mas a reputação e o legado são o que permanecem.
Se esse tema faz sentido para você, ou se conhece alguém que pode se beneficiar dessa reflexão, compartilhe esse artigo. E se precisar conversar sobre sua trajetória, estou aqui.
Abraços,
Juliana Starosky
Fundadora, Starosky Consultoria
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